31 de agosto de 2009

Filiação de Marina Silva leva mais de 1.500 verdes a São Paulo


Muita emoção e entusiasmo marcaram a cerimônia de filiação da Senadora Marina Silva ao Partido Verde, que contou com a presença de mais de 1.500 verdes de todo o país.Assim que a senadora chegou com a família ao bufê Rosa Rosarum, um dos mais tradicionais de São Paulo, foi ovacionada pelos militantes. A ex-ministra foi recebida em clima de comício pelos novos colegas de sigla. Um vídeo com trechos da trajetória de Marina foi transmitido no início do evento.Além dos deputados federais Fernando Gabeira, José Sarney Filho e Edson Duarte (líder da bancada do PV na Câmara), faziam parte da mesa a prefeita de Natal, Micarla de Souza, o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, o vice do partido, Alfredo Sirkis. O escritor Augusto Cury também confirmou sua filiação ao PV.Estavam presentes ao evento o ministro da Cultura, Juca Ferreira e Catherine Grèze, representante da federação dos partidos verdes da Europa e outros parlamentares brasileiros, além dos artistas Cristiane Torloni, Vitor Fasano e Paulo Jobim, filho de Tom Jobim.A prefeita de Natal, Micarla de Souza, fez questão de ressaltar a importância das mulheres no PV:- O PV é um partido com alma feminina, onde a mulher faz a diferença. Estamos preparados para mudar a política de educação, saúde, segurança.Chico MendesEgressa do PT após 30 anos de militância, a senadora Marina Silva (AC) aproveitou a filiação ao PV para relembrar o início de sua trajetória política ao lado de Chico Mendes, seringueiro e sindicalista acreano assassinado há quase 21 anos. Marina disse que Mendes foi seu "professor" nas militância em causas políticas e de preservação ambiental da Amazônia.- No Acre, o PV foi criado pela vontade do Chico Mendes, afirmou Marina.A filha de Mendes, Elenira, foi uma das personalidades que abonaram a entrada de Marina no PV. Em retribuição ao gesto, a senadora elogiou a atuação do seringueiro na preservação da Amazônia e na consolidação da própria entrada dela na vida pública.- Elenira, o seu pai foi o meu professor. Espero que eu possa fazer por você o mesmo que ele fez por mim - disse Marina.Nos anos 1980, Marina trabalhou ao lado de Mendes no sindicato dos trabalhadores rurais de Xapuri, que entrou em conflito com produtores da região devido à devastação da floresta amazônica.


Candidatura
Sob os gritos de "Brasil urgente, Marina presidente!", a senadora reafirmou que ainda não tomou decisão sobre uma possível candidatura presidencial:
- Me sinto honrada com o convite para ser candidata a presidente, mas essa decisão é para 2010 - afirmou Marina.
O vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis, completou a afirmação da senadora dizendo que, quando Marina diz que sua candidatura será decidida de 2010, é uma resposta contrária à antecipação da campanha eleitoral feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já definiu seu apoio ao nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Na visão de Sirkis, Lula prestou um desserviço à sociedade brasileira ao antecipar o processo eleitoral.
- Assuntos importantes que deveriam ser debatidos no País foram deixados de lado por causa da campanha a presidente - criticou um dos fundadores do PV no Brasil.
A senadora ressaltou que, se for candidata à sucessão presidencial, usará como plataforma política as questões ambientais. Para ela, o Brasil tem condições de conciliar o crescimento econômico e o desenvolvimento social com a sustentabilidade.
O Presidente Nacional do PV, José Luiz Penna, afirmou que a decisão tomada na Executiva Nacional é que os verdes terão uma candidatura presidencial em 2010 e que Marina é o nome preferencial e desejado:
- Se a senadora quiser, será candidata, certamente. Mas vamos esperar o momento dela, a firmeza dela, para fazer isso - disse Penna.
Penna também comentou que a possível candidatura presidencial Marina dependerá do "conforto" da ex-ministra:
- Se for confortável para ela, nós a apoiaremos. Mas se ela se decidir por outra coisa, o partido vai definir outro nome. Se ela quiser ser a nossa candidata, será. Mas depende do conforto dela para enfrentar essa batalha. Para o PV, é um crescimento importante, mas mais do que isso, é a possibilidade de se fazer um projeto sustentável para o Brasil - acrescentou.
Muito aplaudido ao discursar, o deputado federal Fernando Gabeira reconheceu que o PV poderia ter crescido mais, "mas agora começa a se abrir uma nova oportunidade". Gabeira fez duras críticas ao momento na política:
- Esse tema (a ética na política) é importante porque nós temos no Brasil hoje um governo moralmente frouxo, um Congresso apodrecido e um Supremo Tribunal Federal em princípio de decomposição com a decisão tomada nesta semana - disse Gabeira. - Nós não temos a pretensão de constituir um partido de pessoas infalíveis. Temos a pretensão de construir um partido de pessoas que, quando erram, reconhecem o seu erro, corrigem o rumo e reparam o que fizeram.
Gabeira ressaltou que o PV não deve ter receio de ser acusado de utilizar um discurso udenista:
- Muita gente fala que falar de ética na política é coisa da UDN. Mas em 2002 apoiamos o PT e foi pela ética na política.
Gabeira lembrou que 9 milhões de crianças no Brasil vivem sem saneamento básico e disse que o partido precisa apresentar também uma proposta para reduzir a violência no País. "O PV tem de dizer alguma coisa sobre a violência urbana, tem de propor um caminho", cobrou.
Ao dar as boas-vindas à senadora Marina Silva, Gabeira voltou a citar a necessidade da ética na política e da importância da liberdade do debate de ideias:
- A entrada da senadora Marina Silva no PV introduz a 'cláusula de consciência' no nosso programa. O partido jamais vai violentar a consciência de qualquer militante. Seremos um partido rigoroso com os desvios, mas seremos tolerantes com a consciência humana, que é a luz que manterá o partido vivo.
Durante o evento, além de Marina Silva e Augusto Cury, o PV recebeu a filiação do ex-deputado federal Luciano Zica, do ex-presidente do IBAMA, Bazileu Margarido, do sociólogo Carlos Novaes, do físico e ex-diretor do Greenpeace no Brasil, Roberto Kishinami, entre outros. E ainda mais de 200 pessoas que preencheram o cadastro de pré-filiação no site do PV.

20 de agosto de 2009

Vem Mariana Silva Presidente


veja o video da Campanha :



A ex-ministra e senadora Marina Silva, que anunciou a saída nesta quarta-feira (19) do PT, tem biografia que poderia ter sido imaginada por um roteirista de cinema, com passagens que incluem o serviço doméstico, o corte de seringa, e o comando de um ministério.Marina nasceu em 1958 no Acre, em uma colocação de seringa chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco, segunda mais velha de uma família de oito filhos. Para ajudar a pagar uma dívida contraída pelo pai, Marina e as irmãs cortaram seringa, plantaram, caçaram, e pescaram.Sem escola, aos 14 anos de idade, aprendeu a ver as horas no relógio e a fazer as quatro operações básicas da matemática. Estudou no Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), fez o curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e a escrever, fez supletivo de 1º grau e de 2º grau.Na juventude, sonhava em ser freira até começar a freqüentar reuniões das Comunidades Eclesiais de Base e aproximar-se de grupos de teatro amador. Foi aí que Marina ingressou na vida política, ainda não-partidária, dos movimentos sociais.Perdeu a mãe aos 15 e teve de assumir a chefia da casa e a criação dos irmãos, já que a mais velha já tinha casado. Aos 16, teve uma hepatite que a levou a conhecer a vida urbana – Marina saiu da região de seringal onde vivia e passou a viver na cidade, onde trabalhou como empregada doméstica.Aos 20 anos, teve uma nova hepatite que a levou a São Paulo em busca do tratamento. Ao retornar, ingressou na universidade, onde descobriu o marxismo, e cursou história. Neste período, durante a ditadura militar, passou a atuar em grupos políticos semi-clandestinos.Na década de 1990, quando era deputada estadual, Marina passou mal em uma viagem ao interior do Acre. Ela teve de ser trazida rapidamente para a capital e ficou internada em um hospital com estado de saúde grave. Depois de meses de exames no Brasil e no exterior, descobriu tratar-se de uma contaminação por metais pesados, decorrente, provavelmente, de tratamentos contra a leishmaniose, quando ainda vivia no seringal. A doença causou problemas neurológicos e atingiu vários órgãos. Após tratamento, a ministra diz ter 80% das capacidades físicas, mas ainda vive sob rígido regime alimentar.Marina casou-se duas vezes e é mãe de quatro filhos – Shalom, Danillo, Moara e Mayara.Vida políticaA vida política de Marina Silva começou em 1984, quando fundou a CUT no Acre, junto a Chico Mendes. Ele foi coordenador, ela, vice. Participou das Comunidades Eclesiais de Base, de movimentos de bairro e do movimento dos seringueiros.Marina filiou-se ao PT em 1985, e, em 1986, candidatou-se a deputada federal. Em 1988, foi eleita vereadora. Em 1990, deputada estadual, com a maior votação do estado. Em fevereiro de 1995, iniciou seu primeiro mandato de senadora, aos 36 anos, pelo PT, como representante do Acre. Em 2002 foi reeleita.Em 2003, Marina assumiu o cargo de ministra do Meio Ambiente primeira gestão do governo Lula. Ela foi convidada para continuar na equipe do segundo mandato, onde ficou até 2008.Matérias relacionadas:
Tudo acertado: a bola com Marina
Todas as questões políticas relevantes foram acertadeas ontem à noite, em São Paulo. Haverá uma Convenção Nacional festiva, no domingo 30 de agosto, para receber Marina.
Dependendo ainda de anúncio oficial da senadora Marina Silva, já está montado o cenário para seu ingresso no PV. Ele se daria no dia 30 de agosto, domingo, em São Paulo, numa convenção nacional festiva do PV precedida de uma reunião da Executiva Nacional, possivelmente no mesmo dia, pela manhã ou no sábado, dia 29. Marina indicará nove integrantes de sua equipe que, juntamente como ela própria, ingressarão na Executiva Nacional do PV e, juntamente com onze membros atuais da Executiva, formarão uma Coordenação Nacional destinada a tratar, prioritariamente, da elaboração do texto base para os novos programas partidário (20 anos) e de governo (5 anos) pela campanha presidencial --a decisão de Marina não é automática à filiação, será tomada em momento posterior-- e outros assuntos centrais como a mobilização do partido em torno da Conferência de Copenhagen. Questões estaduais são serão tratadas pela Coordenação caso influenciem as outras esferas. Os novos programas partidário e de governo serão fechados no Congresso Verde previsto para novembro.Foi também acordado propor a inclusão nos estatutos uma "clásula de consciência" que permite aos filiados e eleitos se absterem em relação a pontos do programa partidário que possam de alguma maneira contrariar convicões religiosas, sem prejuízo da posição oficial do partido.Foi reiterada a importancia da campanha de mobilização Brasil no Clima que deverá conscientizar a população brasileira em relação ao papel extraordinariamente importante de nosso país na Conferência de Copenhagen, de 7 e 21 de dezembro, e da necessidade do Brasil assumir metas audazes de redução de suas emissões de carbono e metano, tanto nas queimadas na Amazônia quando nas fontes energéticas, vazadouros de lixo e agropecuaria.A campanha Brasil no Clima será relançada com a presença de Marina, no Rio de Janeiro, no domingo 27 de setembro, numa caminhada pela orla marítima.

16 de agosto de 2009

Entrevista: A crise chegou de fato no Brasil?

No Brasil - A crise chegou de fato no Brasil? O impacto dela aqui foi menor do que calculava a esquerda?

No Brasil - A crise chegou de fato no Brasil? O impacto dela aqui foi menor do que calculava a esquerda?
Adriano Benayon

Sim, a crise chegou, embora menos violentamente, porque os bancos brasileiros ganham muito com os juros mais altos do mundo e só em parte não muito grande se meteram em títulos tóxicos no exterior. Mas as exportações caíram muito, a produção industrial decresceu significativamente, algo como de 8% a 9% em um ano. O emprego, que já não era satisfatório, também caiu. A questão também é que, como já havia muito desemprego e muito subemprego, quando as coisas pioram aqui não se nota tanto como em países nos quais, antes, as condições de vida eram bem menos ruins.
Fábio Bueno
Sim, a crise chegou e apresenta até o momento três importantes características sob o ponto de vista do capital: primeiro, apresentou grande intensidade no último trimestre de 2008, com quedas recordes do nível da atividade econômica e aumento do desemprego, intensidade esta não mantida posteriormente. Segundo, concentrou seus efeitos em dois setores da economia, o da indústria da transformação (mais especificamente bens de capital e bens de consumo duráveis) e das exportações (sobretudo manufaturados e commodities), os quais até o momento apresentam as maiores retrações de produto e aumento do desemprego. Ou seja, não foi uma crise geral, mas sim parcial. Terceiro, algumas mudanças estruturais recentes na burguesia e no Estado brasileiro atuaram como "mecanismos amortecedores" neste período de crise. Dentre eles, cabe destacar uma burguesia fortalecida economicamente por um intenso processo de centralização de capitais iniciado na década de 1990, cujos últimos episódios foram a fusão do Unibanco e Itaú e da Perdigão com a Sadia; uma burguesia ligada ao setor bancário que foi reestruturada por programas de auxílio estatais na década de 1990 e que se valeu primeiramente da compra de títulos públicos rentáveis e depois da concessão de crédito a altas taxas, não aplicando grandes somas nos derivativos que tanto afetaram os bancos internacionais; um intenso processo de internacionalização da burguesia, não só pela elevação do montante de exportação para níveis recordes na história brasileira, mas por iniciarem um intenso processo de investimentos no exterior, cuja forma mais visível é o crescimento no número de empresas locais classificadas como transnacionais.
Por fim, e não menos importante, as reformas neoliberais parecem ter obtido êxito em remodelar o Estado para o atendimento pleno dos interesses dessa nova configuração da burguesia: acúmulo de reservas internacionais, dívida pública extremamente rentável, superávits fiscais para assegurar pagamento de juros, livre mobilidade de capitais, câmbio flexível e políticas sociais focalizadas permitem que o Estado atue como um "dique de contenção" dos efeitos da crise até o momento, garantindo programas de ajuda para todas as frações da burguesia local e internacional.
Do ponto de vista do trabalho, a crise foi muito mais dura do que do ponto de vista do capital: aumento das taxas de desemprego e um coordenado movimento de retirada de direitos trabalhistas. Os efeitos não foram ainda piores devido à combinação de elevação do salário mínimo, programas de transferência de renda, manutenção da massa salarial e valorização cambial, que impediram o aumento da pobreza na mesma intensidade que em crises anteriores. Porém o movimento de flexibilização de direitos desses meses tende, pela movimentação da burguesia, a não se configurar apenas como medidas temporárias de exceção, mas como padrão para daqui em diante.
José Carlos de Assis
É claro que a crise chegou ao Brasil, fortemente, ainda no ano passado. A queda do PIB no último trimestre do ano foi de 3,6%; no primeiro deste ano, de 1,5%. A indústria despencou 14% e a indústria de bens de capital se contraiu 25%. O desemprego se expandiu rapidamente e, pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cerca de 650 mil empregos com carteira assinada foram destruídos em dezembro. Houve alguma recuperação posterior, mas ainda longe de compensar essa perda. A taxa de desemprego, que em 2008 tinha chegado ao seu nível mais baixo mensal de 7,6%, saltaria para 9%, embora caindo agora para 8,1%.
Creio que não só a esquerda mas boa parte dos intelectuais e políticos brasileiros e mesmo de fora não entendeu ainda essa crise como a quebra de um paradigma secular, ou seja, o colapso total e definitivo do liberalismo econômico. Essa crise revelou a falácia do livre mercado e da auto-regulação como ordenadores do mundo. Entretanto, viu-se a crise, e ainda se vê, como uma repetição de ciclos convencionais do capitalismo. Não é. O liberalismo colapsou não apenas na economia, como no princípio de liberdade de produção sem limites, degradando irreversivelmente a natureza, e mesmo na Geopolítica, na medida em que, dentro da realidade nuclear, estabeleceu-se também um limite para a liberdade dos Estados de fazer a guerra.
Leda Paulani
O Brasil sofreu consequências, tanto que vinha num crescimento de 4 a 6% ao ano e agora, na melhor das hipóteses, o crescimento vai ser 0,5%. Além disso, houve impactos em empresas que se envolveram em operações com derivativos. Houve também uma redução de crédito forte no início. Mas esses impactos foram se reduzindo; um dado é que a crise pegou o Brasil na segunda gestão Lula onde a proposta era impulsionar gastos públicos. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já estava aí; a isso se agregaram outras iniciativas, como o programa de habitação [Minha casa, minha vida], ainda que operado por empresas privadas. Isso tudo acaba arrefecendo um pouco as consequências da crise. Outro dado é que a moeda brasileira foi a que mais desvalorizou dentre os chamados países emergentes, no início da crise. E agora é uma das que mais valorizou. Então, ainda que tenha alguma recuperação, o sistema está à flor da pele: qualquer coisinha detona uma nova crise de confiança. O que se pode dizer hoje é que as causas da crise continuam e que o entorno institucional que provocou essa crise, criado a partir da década de 1970, continua o mesmo e não vai se alterar de um dia para outro.
Sérgio Lessa
Claro que chegou. Quanto à segunda parte da pergunta, cabe duas considerações: menor do que o quê? Ela foi menor do que as previsões que todos faziam (inclusive The Economist, New York Times, etc.) em outubro ou novembro passados. E as perspectivas catastrofísticas de um certo marxismo vulgar também não foram confirmadas.
Todavia, nesse quadro, a esquerda tem acertado muito mais consistentemente, talvez apenas não tão consistentemente quanto os erros da direita neoliberal. O sistema do capital apenas pode se reproduzir aprofundando a crise e as suas características mais destrutivas – e apenas sua superação pelo modo de produção comunista pode revogar suas causas mais profundas: nisso a esquerda está certa, muito mais certa do que as previsões do futuro feitas pelos teóricos neoliberais e/ou do fim da história.
Quanto ao impacto no Brasil, parece-me que tem um duplo aspecto. Por um lado, ampliou as margens de manobra do subimperialismo brasileiro, gerando a ilusão de uma ascensão do país tupiniquim entre "os grandes" – por outro lado, cobrou uma transferência maior de recursos do país para o centro do sistema, pela sangria dos investimentos estrangeiros e pela desvalorização do dólar, moeda na qual temos a maior parte das reservas internacionais. Internamente, uma nova rodada de ajustes produtivos (mais controle sobre os trabalhadores, maiores jornadas e ritmo de trabalho ao lado de desemprego) foi realizada já no final do ano passado, com todas as conhecidas conseqüências danosas.

10 de agosto de 2009

De 10 a 14 de agosto ( Paralisação Geral - Brasil )



A LUTA A PARTIR DOS LOCAIS DE TRABALHO, MORADIA, ESTUDO
PARAR A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO PARA MANTER E AMPLIAR DIREITOS.
De 10 a 14 de agosto a Intersindical estará em diversos estados na Jornada Nacional de Luta .
Os porta-vozes do governo dentro do movimento sindical como a CUT, Força Sindical , CTB entre outros comemoram a retomada da produção registrada no último período como se isso tivesse alguma conseqüência positiva real para a classe trabalhadora.
Mesmo com a pequena retomada na produção e a diminuição do desemprego, as demissões não pararam e a rotatividade aumenta. Isso quer dizer que os patrões fizeram as demissões em massa no final de 2008 e primeiro trimestre de 2009 e em alguns setores retomam as contratações, só que agora com salários menores.
Exatamente a estratégia patronal que se confirmou. Demitir, diminuir salários, continuar a demitir e depois numa próxima rodada contratar por salários inferiores. A maior parte das centrais sindicais se tornaram mediadoras dos interesses do Capital e dessa maneira impuseram nessa crise mais uma derrota a setores importantes da nossa classe, com os acordos que passaram pela redução salarial, banco de horas, suspensão dos contratos de trabalho (lay-off) .
A partir dessa frágil retomada, o Capital vai exigir muito mais de quem ainda não perdeu seu emprego. Os índices oficiais do próprio governo e dos setores patronais mostram que a intensificação no ritmo de trabalho aumentou, ou seja, os trabalhadores agora trabalham por três, as empresas impõem horas-extras e as condições de trabalho pioram.
Mais uma vez parte do movimento sindical e popular tenta ocultar a realidade da classe trabalhadora, tendo como objetivo ajudar o capital a retomar seus lucros.
Em março os atos promovidos pelas centrais sindicais exigiam a mudança da política econômica e a diminuição da taxa de juros, o resultado desse silencio em relação ao que o Capital está operando no processo de produção, foi a medida do governo Lula que garante a isenção do IPI para os carros e os produtos da linha branca.
DIMUNUIR A TAXA DE JUROS PARA ESCONDER A TAXA DE LUCRO DO CAPITAL VINDA DA EXPLORAÇÃO ?
Os lucros extraordinários que obtiveram as grandes multinacionais antes de sua crise, continuam tendo sua base real no processo de exploração da força de trabalho da classe trabalhadora. A crise de agora é um bom exemplo, pois demonstra o processo cíclico e periódico pelo qual o Capital percorre. Para ganhar a concorrência as empresas investem cada vez mais na parte constante de seu capital (equipamentos cada vez mais modernos e novas tecnologias) e menos em sua parte variável e produtora de valor (a força de trabalho).
Mas a grande maioria das centrais sindicais não se arrisca em discutir que mesmo com a queda da taxa de lucro, as mercadorias produzidas estão carregadas de valor e portanto, de lucro a partir do trabalho da classe trabalhadora. Enquanto isso se movimentam em defesa do governo através de atos contra a CPI da Petrobrás, uma ação oportunista da direita que privatizou tudo quanto pode mas não discutem que o governo Lula tem implementado uma política privatista a seu modo.
Através das Parcerias Pública Privada, sem contar que a própria Petrobrás já está em boa medida nas mãos do capital privado através de ações na Bolsa de Valores seja no Brasil e fora daqui como nos EUA e cumpre muitas vezes um papel imperialista em países da América Latina como a Bolívia.
POR ISSO A INTERSINDICAL ESTARÁ NA SEMANA DE 10 A 14 DE AGOSTO ORGANIZANDO PARALISAÇÕES NA PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Para além do Banco Central, mais do que marchas é preciso retomar a luta a partir do local onde o Capital ataca nossa classe.
Por isso entre 10 e 14 de agosto metalúrgicos, sapateiros, operários na construção civil, servidores públicos, bancários, entre tantas outras categorias que se organizam na Intersindical estarão em mobilização em defesa do emprego, dos salários e direitos.
Nos diversos estados onde estamos organizados a preparação da jornada de agosto já começou. A nossa 2◦ publicação a revista “ Crise, a Classe no olho do furacão” tem sido um importante instrumento de formação e organização da jornada.
Juntos com os setores do movimento sindical e popular que não renderam a política de parceria com os patrões e governo estamos organizando nos estados e regiões a semana da jornada nacional de lutas.
Não nos pauteremos pelas divergências que não impedem a unidade para essa mobilização, como também não nos submeteremos a atos que têm o objetivo de ocultar da classe trabalhadora a verdadeira luta que temos que travar nesse período.



POR NENHUM DIREITO A MENOS PARA AVANÇAR NAS CONQUISTAS ACUMULAR FORÇAS NA JORNADA DE LUTA RUMO A GREVE GERAL


AQUI ESTÁ A INTERSINDICAL.


Manifestação fora sarney ( Brasil )


Proteste
MANIFESTAÇÕES PROGRAMADAS



Bier
CHEGA DE CORRUPÇÃO!
QUALQUER SEMELHANÇA COM OS CARA-PINTADASNÃO É MERA COINCIDÊNCIA!
VÁ DE PRETO, LEVE FAIXAS, CARTAZES
E BANDEIRAS DO BRASIL!



São Paulo
Data: 15/08 (Sábado), 14H
Local: MASP
Porto AlegreData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Arco da Redenção
Rio de JaneiroData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Em frente ao Posto 6 (Orla – Copacabana)
Belo HorizonteData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Praça Sete
Salvador Data: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Av Garibaldi
BrasíliaData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Congresso Nacional
GoiâniaData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Praça Universitária
MaringáData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Av. Colombo em frente a Universidade Estadual de Maringá (UEM)
LondrinaData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Em frente ao Banco do Brasil do calçadão
CuritibaData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Centro Cívico (shopping MUELLER)
VitoriaData:15/08 (Sábado), 14 HLocal: em frente ao Shopping Vitoria
RecifeData: 15/08 (Sábado), 14HLocal: Av. Conde da Boa Vista, na frente do shopping.
São LuísData: 15/08 (Sábado), 9HLocal: praça João Lisboa.* A saída será às 13h. O horário é um pouco diferente por conta da realidade de concentração de pessoas no centro no sábado.


Ajudem na divulgação na sua cidade, bairro,
escolas, faculdades e as distintas galeras,
turmas e amigos, vizinhos bacanas…
Precisamos que o pessoal das cidades compareça
e ajude a organizar as manifestações.
A única forma de realizar a parada é essa:
divulgar, divulgar e divulgar mais ainda…
Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

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Analisaremos o conteúdo e postaremos conforme aprovada pelo conselho de redação.


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Agenda de Mobilizações 2010

2010

JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
8 - dia internacional de luta das mulheres

ABRIL

MAIO
01 dia de Luta contra as Reformas do Governo em todos os estados
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO

7 Participar do Grito dos Excluídos,
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO