Analise Preparatória para o VI ELAOPA
Por Comissão organizadora do 5º Elaopa
O Encontro Latino Americano de Organizações Populares Autonomas é um espaço de articulação de uma série de movimentos sociais de nossa América Latina. Os movimentos que compõem esse espaço compartilham os seguintes princípios: Solidariedade de classe, ação direta, democracia de base e luta de classe.
Estamos nos preparando para o VI Encontro Latino-Americano de Organizações Populares Autônomas e cabe uma análise de conjuntura partindo de nosso ponto de vista. Se compararmos com o ano de 2003, quando foi realizado o 1º Encontro também em Porto Alegre, a realidade latino-americana mudou e muito. Não significa que nosso projeto seja protagonista dessas mudanças. Vamos aos fatos. Os movimentos populares do Continente estão, em geral, em uma posição mais ofensiva do que há cinco anos. Na aparência, a América Latina está mais à esquerda. Temos governos que se dizem de esquerda e governam por direita, governos nacionalistas e outros de meio termo. Afirmando a opção bolivariana, com distintos matizes, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Hugo Chávez na Venezuela acumulam décadas de ódio de classe e organização popular. A encruzilhada para estes povos está em saber se esta adesão critica a um governo inspirado em Simón Bolívar vai atingir a marca de auto-organização e poder popular. No Brasil, Chile e Uruguai a situação é ao inverso. Governos ditos de esquerda, mas orientados para a subordinação neoliberal destes países. O uruguaio Tabaré Vázquez e a Frente Ampla flertam abertamente com George Bush, servindo como uma cabeça de ponte para a aliança Lula-Bush em troca de esmolas. No Chile, Michelle Bachelet se esquece da condição de ex-torturada e presa política, afiando as garras da Concertación e aumentando a repressão de rua. Nunca é demais lembrar que foi na ditadura de Pinochet que o neoliberalismo iniciou sua experiência macabra em nossos pagos. Com uma planilha de custos em uma mão e a baioneta na outra, milicos e economistas viraram o mundo de cabeça pra baixo pendurando opositores em paus de arara e privatizações. Falando em ex, Lula supera o recorde sendo ex-tudo. Ex-sindicalista, ex-metalúrgico, ex-militante, ex-trabalhador, mas agindo com sinceridade. Assim, afirma em alto e bom som ?que nunca foi de esquerda nem socialista?! Não precisava lembrar, basta com observar seu governo de direita para notar. O problema não está em baixar o pau nessa laia de corruptos e mensaleiros. Difícil é desassociar as esperanças e expectativas de milhões de bons militantes de base, lutadores sociais sem medo de tomarem as ruas, mas ainda afiançados em vagas promessas e possibilidades em governos de turno. Em menor grau, isto ocorre também na Argentina. Para quem vê a sociedade de baixo pra cima, tendo como o norte o sul do mundo, nossos desafios são ainda maiores hoje do que na década passada. Esta democracia de fachada a cada dia que passa cai mais em descrédito. Aumentar a participação nas tomadas de decisões centrais, convocando as forças vivas das classes oprimidas para as lutas diretas, apontar no longo prazo um horizonte que não passe pela intermediação de políticos profissionais é apenas alguns de nossos desafios. Se a luta é difícil, bons exemplos não faltam. Que a Otra Campaña Zapatista e o Levante da APPO em Oaxaca, ambos no México, nos inspirem nesse próximo Elaopa.
Estamos nos preparando para o VI Encontro Latino-Americano de Organizações Populares Autônomas e cabe uma análise de conjuntura partindo de nosso ponto de vista. Se compararmos com o ano de 2003, quando foi realizado o 1º Encontro também em Porto Alegre, a realidade latino-americana mudou e muito. Não significa que nosso projeto seja protagonista dessas mudanças. Vamos aos fatos. Os movimentos populares do Continente estão, em geral, em uma posição mais ofensiva do que há cinco anos. Na aparência, a América Latina está mais à esquerda. Temos governos que se dizem de esquerda e governam por direita, governos nacionalistas e outros de meio termo. Afirmando a opção bolivariana, com distintos matizes, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Hugo Chávez na Venezuela acumulam décadas de ódio de classe e organização popular. A encruzilhada para estes povos está em saber se esta adesão critica a um governo inspirado em Simón Bolívar vai atingir a marca de auto-organização e poder popular. No Brasil, Chile e Uruguai a situação é ao inverso. Governos ditos de esquerda, mas orientados para a subordinação neoliberal destes países. O uruguaio Tabaré Vázquez e a Frente Ampla flertam abertamente com George Bush, servindo como uma cabeça de ponte para a aliança Lula-Bush em troca de esmolas. No Chile, Michelle Bachelet se esquece da condição de ex-torturada e presa política, afiando as garras da Concertación e aumentando a repressão de rua. Nunca é demais lembrar que foi na ditadura de Pinochet que o neoliberalismo iniciou sua experiência macabra em nossos pagos. Com uma planilha de custos em uma mão e a baioneta na outra, milicos e economistas viraram o mundo de cabeça pra baixo pendurando opositores em paus de arara e privatizações. Falando em ex, Lula supera o recorde sendo ex-tudo. Ex-sindicalista, ex-metalúrgico, ex-militante, ex-trabalhador, mas agindo com sinceridade. Assim, afirma em alto e bom som ?que nunca foi de esquerda nem socialista?! Não precisava lembrar, basta com observar seu governo de direita para notar. O problema não está em baixar o pau nessa laia de corruptos e mensaleiros. Difícil é desassociar as esperanças e expectativas de milhões de bons militantes de base, lutadores sociais sem medo de tomarem as ruas, mas ainda afiançados em vagas promessas e possibilidades em governos de turno. Em menor grau, isto ocorre também na Argentina. Para quem vê a sociedade de baixo pra cima, tendo como o norte o sul do mundo, nossos desafios são ainda maiores hoje do que na década passada. Esta democracia de fachada a cada dia que passa cai mais em descrédito. Aumentar a participação nas tomadas de decisões centrais, convocando as forças vivas das classes oprimidas para as lutas diretas, apontar no longo prazo um horizonte que não passe pela intermediação de políticos profissionais é apenas alguns de nossos desafios. Se a luta é difícil, bons exemplos não faltam. Que a Otra Campaña Zapatista e o Levante da APPO em Oaxaca, ambos no México, nos inspirem nesse próximo Elaopa.
Comissão organizadora do 5º Elaopa, Porto Alegre-RioGrande- Brasil, fevereiro de 2008
URL:: http://elaopa.blogspot.com/
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