17 de agosto de 2008

COLÔMBIA

As confissões de um paramilitar colombiano

Herbert Veloza, ex-chefe paramilitar colombiano, admite ter assassinado três mil pessoas e revela vínculos com políticos ligados ao governo, militares e policiais. Mais de 60 congressistas da base governista de Álvaro Uribe estão sendo investigados pela Corte Suprema de Justiça e pelo Ministério Público colombiano por vínculos com os paramilitares.
Claudia Jardim - Agência Brasil de Fato
CARACAS - O ex-chefe paramilitar colombiano Hebert Veloza admitiu ter sido responsável junto com seu grupo armado pelo assassinato de mais de três mil pessoas entre os anos de 1994 e 2003. "Calculo que meus dois grupos assassinaram 3 mil pessoas ou mais. Muitos deles eram atirados ao [rio] Cauca", respondeu ao ser questionado quantas pessoas havia matado.HH, como ficou conhecido Veloza, também reconheceu que morreram mais inocentes que culpados. "Mas assim é a guerra", afirmou em entrevista ao jornal colombiano El Espectador publicada neste domingo. "Matamos muita gente só pelo fato de que eram apontadas", em referência às pessoas que são identificadas como colaboradores ou simpatizantes das guerrilhas colombianas.Massacres HH, que foi considerado como um dos mais temidos chefes das paramilitares Autodefesas Unidas de Colombia (AUC), disse ter utilizado a "decapitação" para aterrorizar as comunidades. "Quando chegamos a Urabá decapitamos muita gente, era uma estratégia para promover o terror, para que tivessem mais medo de nós do que da guerrilha".O paramilitar ingressou no controvertido programa de desmobilização encabeçado pelo governo de Álvaro Uribe, mas perdeu sua condição de "desmobilizado" quando fugiu e teria reingressado aos cartéis armados. Agora, encontra-se preso e aguarda o andamento de seu processo de extradição aos Estados Unidos para ali ser julgado pelo crime de narcotráfico. O ex-chefe paramilitar revelou também que o grupo atuava em cumplicidade com as autoridades locais para promover os assassinatos." Em Urabá, quando começamos, deixávamos os corpos onde as pessoas eram mortas", relata. "Depois de um tempo o poder público começou a pressionar e (disseram) que nos deixariam continuar trabalhando, mas tínhamos que desaparecer com as pessoas. Assim começaram a surgir as fossas comuns", afirmou."Assassinávamos pessoas todos os dias, em todos os municípios de Urabá", acrescentou. Foram nestes mesmos departamentos (estados) de Córdoba e Urabá que se constituíram em 1998, sob o auspício do Estado colombiano, as AUC com o objetivo de combater as guerrilhas FARC e ELN.ParapolíticaNa entrevista, HH confirmou as ligações de políticos, militares e policiais colombiano com os paramilitares ao afirmar que "os políticos se utilizaram das Autodefesas para alcançar seus objetivos". "Fazem qualquer coisa para chegar ao poder. Nos procuravam para que os apoiássemos, sabendo que éramos ilegais", afirmou.Mais de 60 congressistas da base governista de Álvaro Uribe estão sendo investigados pela Corte Suprema de Justiça e pelo Ministério Público colombiano por vínculos com paramilitares. Deste grupo de parlamentares, 30 já foram condenados e estão na cadeia.O escândalo da parapolítica ocorre em meio a uma tentativa de reforma do Judiciário que visa implementar a "imunidade parlamentar" na atual legislatura, fato que na opinião de analistas poderia coibir o julgamento de outros envolvidos com paramilitares.Ainda na entrevista, o ex-chefe paramilitar HH afirmou que, com sua extradição e a de outros chefes da extrema-direita armada para os Estados Unidos, as vítimas "ficarão sem as verdades". "Uma guerra tão longa e tão atroz não se conta em um mês ou dois meses. Há gente que diz que a verdade não está sendo contada", disse. HH revelou que "há muitos militares que estão incomodados" em referência as possíveis declarações dos ex-chefes paramilitares que estão presos.
Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

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