"Expressamos nossa forte condenação à interrupção deliberada do revezamento da tocha olímpica por forças separatistas que buscam a 'independência do Tibete', sem importar o espírito olímpico e as leis do Reino Unido e da França. Suas atividades desprezíveis mancharam o elevado espírito olímpico e desafiaram todas as pessoas amantes dos Jogos Olímpicos no mundo", comentou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Jiang Yu, nesta terça-feira (8).
Jiang fez as observações ao comentar as tentativas de separatistas tibetanos para interromper o revezamento da tocha olímpica nos dias 6 e 7 de abril, em Londres e Paris, respectativamente.
A porta-voz disse que os Jogos Olímpicos de Pequim são um evento esportivo compartilhado pelas pessoas do mundo inteiro, e que a tocha olímpica é para todas as pessoas. A porta-voz acrescentou que depois de ser recebida cordialmente pelos públicos britânico e francês, o revezamento da tocha olímpica foi concluído a salvo nessas duas cidades.
De acordo com a porta-voz, a China está convencida de que ninguém pode impedir o espírito olímpico e o conceito de paz, amizade e progresso representado pela tocha olímpica.
A pré-candidata americana à presidência, pelo partido democrata, Hillary Clinton, chegou a exigir que a administração Bush realize boicote a cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos.
A chama olímpica foi acesa em Olímpia, na Grécia, no dia 24 de março, em uma cerimônia também marcada por ataques de separatistas e seguidores do dalai lama.
A tocha deverá passar por um total 20 países até chegar a Pequim, no dia 8 de agosto, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Os ataques que ocorrem por onde a tocha passa foram provocados pelos separatistas, sob o pretexto de denunciar a suposta repressão aos separatistas que teria sido desencadeada após os atos de terrorismo nas ruas de Lhasa em 14 de março.
Esportistas condenam ataques
Durante a 16.ª Assembléia Geral da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (Anoc, siglas em inglês), que fará a preparação da Olimpíada de Beijing, os representantes presentes afirmaram que os Jogos Olímpicos devem ter total independência da política.
"Não se deve misturar assuntos relacionados com raça, religião, cultura ou política com a Olimpíada", reiterou o delegado egípcio, Khaled Eldin, acrescentando que "todo mundo veio aqui (ao encontro da Anoc) pelo esporte e não pela política".
"Oponho-me firmemente ao conceito de boicote", apontou o indiano Sardar Khan. "Deixe a olimpíada em paz e tire a política de qualquer esporte", disse.
O primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, disse não acreditar em qualquer boicote aos Jogos Olímpicos e que a comunidade internacional não deve misturar esportes à política.
"Sou da opinião de que não se deve misturar esporte e política. Por isso, acho bom persistirmos nos Jogos Olímpicos. Assuntos políticos devem ser discutidos entre os políticos", disse Reinfieldt numa entrevista a jornalistas chineses em seu escritório.
"Desde que decidiram que os Jogos Olímpicos seriam realizados em Pequim, devemos persistir. Quanto a muitos assuntos, como direitos humanos e Tibete, precisamos de diálogo entre políticos", acrescentou.
"Os Jogos Olímpicos são um evento importante que não devemos perder. Há muita gente esperando. As Olimpíadas, especialmente a edição do verão, são sempre a ocasião mais importante para todo o mundo se reunir e competir", disse.